quarta-feira, 24 de agosto de 2016

MULAS NÃO, MOLAS

Estrada dos Tropeiros,  régio trajeto do Imperador e nobres figurões, história do café nas beiradas da Bocaina, generosa nas curvas sedutoras, caminho da carroça selado no asfalto, segue o batidão carburado das Springers, desta vez molas, não mulas percorrem o caminho sem querer chegar.                                                                    

Fincados em beira de rio, os lugarejos, casarões,  Solar de Marquesa,  Baronesa ou Putesa, vestígios do fervo nos anos torrados do império cafeeiro.

Vale a  foto na ponte  bonita sob a Represa do Funil,  a estação de trem Belga, e visão das muitas janelas azuis.

Barão, Preto Velho, pomposa sinhazinha e mucama, ainda podem tentar a sorte nas fazendas viradas em hotel.


Bananal, última fronteira paulista, ranger de madeira noite a dentro no casarão, diz que a presença invocada é o boticário da fazenda, assombração benevolente, na cura dos ressacados, zoiudos e glutões. 

Esplendorosa serra aporta em Angra dos Reis, buracos de minhoca: túneis rústicos, cavucados na pedra,  breu sinistro, chão duvidoso, pinga água, verte óleo, sem frear, acelerar ou respirar, primeirinha, é só passar e pronto. Carcaças rodadas se esticam em Angra.

O vorteio no “quarteirão” fica mais bacanudo, depois do café na beira do cais em Paraty e marcha baixa na subida forjada por entre suntuosa mata, caminho de Cunha, curvas sem miséria, assim compensa por antecipação a Dutra chata e Rodoanel sem novidade.  

Making-off
Os eternos trechos em obras e off-road compulsório na SP 068 foram regiamente recompensados pela moldura da Serra da Bocaina, cafés charmosos, e centrinhos históricos de passagem obrigatória.

Agradecimento ao Tio Guto que compartilhou a malandragem para passar, sem cair e nem morrer, nos Tuneis de Minhoca, enfiados na Serra da Minhoca por ele assim batizada. 

terça-feira, 16 de agosto de 2016

UMA PEGA, OUTRA MORRE....

Ao terminar de quickar a última traquitana a primeira já engazopou, fez drama e apagou.
Trem fantasma, em marcha, pit-stop na sede do Lobos.  
Juntadas mais umas cadeiras elétricas, mais quicks , mais mancha de óleo e mais velharia na gana de engazopar. 

As choppers mais malvadas do ABC, Panheds até enjoar, e evos engomadinhos desembarcaram no ladeirão. 

Panhead empacadeira faz pirraça no farol ... uma pega, outra morre ... é a combinação

O Dentinho, invejado pela crítica, e aclamado pelo público,  desavisado do troféu na parada, com um assessor, tradutor, e promoter improvisado, faturou o prêmio dos gringos. 

Na volta o aclamado chamou a reserva e só viu jeito entrar no posto de repente, o trem fantasma passou direto, sempre estacionam 2 onde não pode, para esperar. 


Dentinho que não passa nunca ... toca telefone, acabou a gasolina de quem? Barulheira de avião, quem é para avisar? 

O carinha da Honda vintage vermelhinha  viu 2 parados, e fez a volta (uma puta volta), veio ajudar, correu a pé no posto,  quickou um harlão pela primeira vez. Resgatou o velho Dente, pegou carona daqui alí, amuntou na motinho ,  entornamos  no encalço do trem.
Um tantinho na frente, outro marvado, cara de brabo, cigarro na mão, a escorar uma chopperzona de tanque seco e carburador magoado.   
Reunião no posto,  cangaceiro para coordenar, novo resgate armado, segue a vermelhinha 
com o tradutor, interprete e promoter na garupa e galão de gasolina na mão. 

Chopperzona,  malvados e Vermelhinha de volta, café , água,  recapitulação: 
Panhead empacadeira faz pirraça no farol ... uma pega, outra morre ... é a combinação

Making-Off 

o Nick-Quicker de Honda vermelhinha salvou a noite duas vezes, o promoter é o Chicó, diz que a Shovel dele ficou tarada e beijou um carro na madruga.
O Dentinho é o Dentinho e mereceu demais da conta o prêmio. 
Evento Choppers Forever -2016 
Da Vila Madalena ao  ABC, mais de 3 horas, não dá para não lembrar. 
Quem quiser retribuir a kilometragem, Encontro de Springers e motos Clássicas em Santo André 28/08/2016 


terça-feira, 2 de agosto de 2016

AZUR

Nas pradarias do Mato Grosso o Forasteiro encostou sua traquitana em  boteco botequento, cobiçou um ovo colorido, mas pediu um café.
Os peão discunfiado, poeira na alma e peixeira na cintura, se alevantaram para ver quem vem lá.
Boa Tarde, diz que nessa terra tem cachoeira bonita, morena trigueira, cerveja gelada e disco voador.
Oiqui moço, disco avuador nunca vi,  moça formosa, cerveja e cachoeira, temu sim senhor!
Cerveja e causos de roça, causos de estrada, amizade de beira de pista.
Na fazenda tem uma mota dessa que nem que a vossa,  cavalo de aço azur, só que veio cumas mola na frente.
Fala mais disso daí,  homem!
Rapaiz,  o Patrão veio da Alemanha,  cheio de tric-tric, diz que era sordado,  compro terra e fez família, inbrasilerou, depois pareceu com a tar da motocicreta, a brabeza da Patroa mando sumi com aquele troço barulhento,  isso pá mais de 10 anos, a coisa foi  ficano... ficano... e tá no garpão inté agora. 
O coração do Forasteiro acelerou.

Making-off


Em perfeito estado de conservação, chaves, manual e nota fiscal,  após  desalojar umas famílias de aranha, limpar o coco da galinha e encher os pneus – A Azur é a visão do paraíso. 
By David Mann